Até
aos dias de hoje, esta é a terceira vez que o Fundo Monetário Internacional (FMI)
passa por Portugal.
Fazendo
a contextualização, o FMI, aliado ao Banco Central Europeu e à Comissão
Europeia, realiza a ajuda económica e financeira aos países que pediram ajuda
para reestruturar e organizar as suas contas.
Na
prática, essa ajuda é realizada com a contrapartida de os governos daqueles
países aprovarem determinadas medidas com o único objetivo de salvaguardar o
dinheiro emprestado acrescendo o valor monetário da taxa de juro, os ditos
ganhos da operação.
Ao
realizar uma análise transversal pelo mundo, passando pela América do Sul e
Central, África e Europa, a intervenção do FMI, com base na ideia acima
apresentada, tem a consequência de aumentar o desemprego, a pobreza, e a
diferença social e económica das ditas classes sociais. Apesar de apenas
corrigir a vertente económica de um determinado país, aquela intervenção
esquece-se de que um país é constituído por indivíduos.
No
caso português, podemos constatar que, na vertente económica, o défice de
Portugal aumentou. Situação que levará Portugal a continuar a precisar de
dinheiro para pagar os seus encargos, que poderemos dizer que são: as dívidas,
os custos correntes de funcionamento, entre outros. Não esquecemos que Portugal
necessita de ir aos mercados para pedir dinheiro emprestado para pagar as suas dívidas,
já que existem e até são bastantes significativas.
Pode
o Governo da República dizer que a saída da Troika é limpa, mas, não é! Não se
deixem iludir. Pois, antes da intervenção da Troika, Portugal continuava a ir
aos mercados para pagar as suas dívidas. Se repararmos, a situação da
intervenção da Troika surge após uma incapacidade do país de conseguir ir aos
mercados, pois, ninguém queria emprestar dinheiro a Portugal. Por outro lado,
devo confessar que, na minha perspetiva, foi um jogo de interesses estrangeiros
que ao fazerem lobby em Portugal conseguiram criar instabilidade, nos mais
diversos níveis. Isto concretizou-se numa descida de ranking de Portugal que acabou
por levar ao pedido de ajuda externa. Devo explicar que é essa a classificação
que permite dar segurança aos credores ou países que emprestam dinheiro para o
realizarem.
Não
esqueçamos que tivemos que vender empresas públicas como a EDP, por exemplo, ao
interesse estrangeiro. Setor bastante estratégico, ao nível das potencialidades
energéticas, e fiável, na perspetiva económica, tendo em conta o retorno
financeiro do investimento realizado. Será que não foi de interesse estrangeiro
conseguir controlar e manipular a “porta de entrada” da Europa e de saída para
o mundo através do mar?
Levanta-se
muitas questões. Mas, depois disto, Portugal está mais pobre! Sem dinheiro nos
bolsos para assegurar o seu funcionamento. Pelos vistos, terá que ir aos
mercados pedir empréstimos. Situação que levará novamente, no futuro, à
intervenção da Troika. Infelizmente! Temos de ser independentes. Temos imenso
potencial, tal como o mar, a capacidade de criar e de inovar tecnologicamente e
não só. Temos de ser empreendedores, sendo o primeiro a concretizar os
projetos. Esse poderá ser o caminho! Sejamos fortes!